Os olhares se cruzam. Não os dedos. Embora o relógio possa sugerir o contrário, o tempo acelera e freia simultaneamente, alcança. E chega a tempo. Não se sabe quanto tempo se passa antes que suas pálpebras ? as quatro ? respondam ao comando neural que ordena, sem negociação, que, em coreografado movimento vertical, eles pisquem (?) A umidade dissipa-se pela brisa fresca; janelas completamente abertas O tic-tac não se ouve. As ruas clamam, assim como falam vizinhos no andar de baixo ? o som de uma vitrola irradiando jazz ao piano preenche todo o banheiro com sua reverberação sincopada (?) É domingo. É verão (?) Lá fora como aqui, o tempo é o mesmo.