Havia de ser assim:
Um monumento dedicado ao sofrimento de nós dois.
Queria me despedir
E deixar na tua boca um gosto amargo que depois
Só a vida há de apagar e deixar viver
Uma solidão a dois.
Uma vida inteira passando de hora em hora
Naquela leseira na hora de ir embora.
Soa o sino da nossa morte enfim
Sem querer ir embora assim.
Menina, não fique assim,
Que o silêncio há de mostrar o que deixamos pra depois;
Que seja, porque pra mim
A ausência há de mostrar que de fato somos dois
Só a vida há de apagar e deixar viver
Uma solidão a dois e, se amanhecer,
Vou mandar dizer
Que é pra não sofrer de amor
Pois, pois, pois, pois
A verdade sempre fica pra depois.