Fui eu que me fiz, ou foi Deus que me quis?
Sempre fui feliz até ao dia do fim
Mas um final assim?
Porquê? Porquê a mim?
Preferia que o início nunca tivesse havido
Eu subi a pico até ao precipício
Avistei a vida do cimo do vício
Tão belo é o mundo - só te via a ti
Mas olhei para o fundo - e perdi-me ali
Ya caio em mim com caias na mão
De questão em questão procuro a razão
Busco no nevão a cura pro frio
Mas o chão só me suga,
Atrasa-me o passo e parte-se a bússola
Partes de mim mudam
Arrasa-me a luta que travo com a culpa
Atado à jura de deixá-la na sua
A MáVida fodeu a última esperança e eu disse
Nunca mais, nunca mais
Nunca mais, nunca mais,
Nunca mais, nunca mais
Nunca mais, nunca mais, nunca mais
Então
Quem sou eu? Quem sou eu?
Quem sou eu? Quem sou eu?
Quem sou eu? Quem sou eu?
Aqui ninguém me vê
E eu tou cego
Encontra-me amor
Eu não presto
O que é que sei eu? Sei que nada sei
Que do nada saiu e eu cá fiquei
Olhando para trás, pergunto porquê
Vidrado em saber quem sou eu afinal
A fitar em segredo essa foto antiga
Ouvindo Loreta, sodadi ca finda
Já desisti do sonho, precisei de tempo
Pa pensar em como vivo um pesadelo
E a saber-me tão mal, não me sei amar
Sou uma alma sem mantra a seguir o meu passo
Perdido no tempo, há quanto tempo eu não paro?
Vejo tudo a mudar, e eu mudo para o mundo
Não é assunto que tenda em falar
É que eu olho para o lado e ninguém me entende
E a quem sempre me sabe ignoro a chamada
Não posso dar-me mais ao meu erro, eu sou forte não cedo por na
Essa mente só me mentiu a sério
Sempre me viu certo, vendou-me ao meu ego
Eu vendi-me ao lamento, ao seu vento navego
No inferno o poeta, só rasga o caderno
E chora as palavras, ódio que farta
Tudo o exalta num ato de culpa
Há perguntas atrás ele era um puto
No fundo ele matura no Palco da Dúvida
Quem sou eu? Quem sou eu?
(No Palco da Dúvida)
Quem sou eu? Quem sou eu?
(No Palco da Dúvida)
Quem sou eu? Quem sou eu?
Cego, só agora o vejo
Sempre fui cego, vejo que nunca me vi
E
O que é que eu faço agora? Inglória a história nestas horas
Oro ao tecto, para ser cego quanto ao cerne das memórias
Já desisti de muito, posso desistir de tudo
Nada me interessa até que cesse a dor, nessa angústia não há medo de ir
O que é que serei eu sem ti? Será que sorrirei no fim?
Fará sem ti sentido esta merda?
Eu não sei para onde sigo, se é para o céu ou para o abismo
Agora aguento nesse giro e à espera eu fico
Que sossegue o ritmo, na miséria fingo
Que tá tudo certo, tudo tchill, tudo cego para o que sinto
Tropeço nesse fio que ainda me prende a ti, preso por um fim
O Palco da Dúvida, é onde um gajo pergunta
Qual o passo a tomar, após a paz se esfumar
Agora a paz é fumada, tanto faz se abuso
Desse gás que uso pa não pensar na culpa
Mas o Palco da Dúvida, é onde eu ago pa que nunca
Me perguntem se tou bem, porque ma eu tou no fundo da
Catacumba que cavei, à procura da luz sem te ter
Cego a ver pa dentro questiono quem sou eu
Quem sou eu? Quem sou eu?
Quem sou eu? Quem sou eu?
Quem sou eu? Quem sou eu?
(No Palco da Dúvida)
Quem sou eu? Quem sou eu?
(No Palco da Dúvida)
Quem sou eu? Quem sou eu?
(No Palco da Dúvida)
Quem sou eu? Quem sou eu?