Quero!
Sentir o peito aberto
Saber que estou desperto
E sair...
A sul de um lado
Indeterminado
Quero!
Girar num carrossel
Escrever com pincel
E rodar (e rodar...)
Para o fundo do ardor
Sem pudor...
Quero!
As letras para escrever
Só o que me apetecer
Rejeitar...
Os desígnios de pensar
E calar!
Onde estão os santos e os pérfidos?
Os abnegados e corrompidos
E os espremidos?
Estão para lá de um ponto cardeal
A entranhar-se no meu saciar
E a contar...
As últimas centelhas do querer!
As últimas centelhas do querer!
As últimas centelhas do querer!
Quero!
O máximo do querer
O fulcro do prazer
E largar
O quando for
E o sim senhor...
Quero!
Uma corrente de ar
Um espirro e esvaziar
E aprender...
O cheiro das formas
O fétido das normas!
Quero!
Não pôr no cão o til
Morder com gosto ardil
E dançar (e dançar)
Sobre o travo do esquecer
Parar e correr...