[ Featuring Laura Jannuzzi ]
Quando Yara caminhava
à luz de um novo dia na beira do mar
E o sol de tão contente
Transformava as cores para iluminar
De longe eu ia apreciar, sem medo que ela me visse ali
O seu breve movimento era alimento para o meu olhar
E um doce sentimento insistia em vir, fluir, me sufocar
A areia desenhava Yara sem consideração por mim
Todo fim de tarde as sombras eram qual fantasmas a me acompanhar
E as nuvens desenhavam formas conhecidas pelo meu olhar
Yara então valsava leve e eu invejava aquela brisa
Que envolvia Yara e era assim.
Yara se refugiava na escuridão que vinha apagar
A minha esperança oculta de ser percebido pelo seu olhar
Rodopiando pelo ar Yara alimentava um fogo em mim
Forte arrebatamento derrubava o tempo, a luz, a lucidez
Meu sonho caminhava ao lado de Yara e ia se banhar no mar
Sozinho eu ia iluminar as sombras de uma solidão
Yara em passos delicados espelhava poesia pelo ar
Eu sôfrego, bebendo tudo: imagem, som perfume
E a chama a me queimar
E o meu desejo enlouquecia, morrendo com a luz do dia
E Yara adormecia tão suave, ausente, Yara ...