Faço conta que faço parte, não sei como
P'ra contar-te que estou farto deste conto
Personagens que vêm, vão num só momento
Teorias que não suporto e nem comento
Eu não quero crescer até aos 95
Mas não posso ficar preso num só cilindro
Vejo a vida a desenrolar-se à minha frente
Esta farsa que me mente
Sinto falta do mar, sinto falta de amar
O que faço no meio desta confusão
Talvez tenha de andar, fugir p'ra outro lugar
Fico à espera que o mundo me ensine uma lição
Esta fome de vida, que resiste a comida
Ignora a vontade de fazer melhor
Ela ainda duvida que eu tome a medida
De olhá-la a diante como um mal menor
Tinha tempo p'ra perder mas acabei por perder tempo
Passam dias como horas que se esgaçam com o vento
Já sinto pressentimento de que a mente está mudada
E revoltada, toda gente, preparada p'ra batalha
Tenho de ir ver o mar, fugir p'ra outro lugar
Onde sempre passei com os meus pés no chão
E começar a voar, seguir p'ra outro luar
Não esperar que alguém me ensine uma lição
Esta fome de vida tem de ser consumida
Tenho toda a vantagem, já a sei de cor
Tem de ser destruída, pôr o dedo na ferida
E olhá-la a diante como um mal menor
Tenho de ir ver o mar, fugir p'ra outro lugar
Onde sempre passei com os meus pés no chão
E começar a voar, seguir p'ra outro luar
Não esperar que alguém me ensine uma lição
Esta fome de vida tem de ser consumida
Tenho toda a vantagem, já a sei de cor
Tem de ser destruída, pôr o dedo na ferida
E olhá-la a diante como um mal menor