A chuva ainda molha as folhas
E escorre em volta
Encharcando o chão
Da janela vejo a névoa
Que se solta
E a face líquida da Terra
Em sua amplidão...
Abençoada a água que lava
E enxagua a alma
Precipita-se do céu
E brota em tantas fontes
Sobe no vapor que faz o véu
De densas nuvens alvas
Escorre nos mananciais dos rios
Que serpenteiam entre os montes
Viveremos por tão pouco
Como não perceber
Que a mesma Terra que gira
E nos abriga em seu corpo
Nos dá a vida e quer viver
Oh vida... veloz e volátil
Voando no espaço
Tudo que se pode ver
Montanhas, matas, mares, nuvéns
A tez azul tão frágil
Que é apenas a roupagem
De um imenso lindo ser azul