Não há abraço que envolva o cansaço
Que é ter na alma palavras por dizer
Há sempre algo por escrever
Só tens que responder pelo que fazes
Que é ir à guerra e fazer as pazes
Não há cantigas no reino das barrigas
Nem as vivências se deixam por viver
O sangue canta com paixão
Bombeia um coração amargurado
Que marca o tempo no compasso errado
Toda a verdade está presa por um fio
Porque a mentira ainda não morreu
Num sopro quente, o sangue fez-se rio
Num leito frio, a lua fez-se breu
Cantou-se a morte num longo assobio
E a liberdade ainda não nasceu