ANDARILHO
Pendurado em minha rede
Balanço meu pensamento
Viajo pelo seu ventre;
Corro, corro, até cansar.
Nessa minha utopia
Me agarro em seus cabelos,
Me embriago no seu cheiro,
Cheiro bom de se cheirar.
E assim, eu me deleito
No seu corpo imaginário;
Reviro o meu armário
De guardar recordação,
E arranco lá do fundo
O meu sonho mais feérico,
E te trago pro meu teto
Pra enganar meu coração.
Fico assim a vida inteira
Nessa infinita viagem;
Não desarrumo a bagagem,
Porque logo vou voltar;
E da minha fantasia
Com a porta escancarada,
Vou tocaiar sua chegada
Pra meu Olimpo te dar.
Autor: Elmar Herculano