Meu bem, os meus olhos, cansados, procuram a sua boca.
Somente em seus lábios molhados encontro mais forças
Pra poder lutar, enfim, contra este mal de amor,
Que tenta me abater aqui com tanto furor!
Talvez eu não compreenda a essência de amar,
Mas sei que o espinho da rosa pode, como ferro, me furar.
Por que não aprendo, então, a lição dessa ilibada flor?
Que um peito, o mais forte que seja, também muitas vezes cai na dor.
Meu bem, acredite, o que falo é algo real.
O que sinto correr em minhas veias não me traz o mal.
Porém, somos imperfeitos e vemos sempre assim
O impulso de um sentimento, qual coisa ruim.
No fundo, esse mal de amor parece indicar bem mais;
Revela, por baixo dos panos, aquela saudade tirando-nos ais.
No entanto, os que se amam precisam enfrentar
O tempo e a distância, que tentam a todos derrubar.