Rio de água suja
(Janio Arapiranga)
Êh, rio de água suja
De tão limpa a água turva
Os olhos que de quem o fita
Praia de cascalho branco
Até parece um manto
Coroado de pepitas
Estrada de Catolés
Foi passagem de João Campo
A esse rio é um encanto
Subindo serra descendo ladeira
Banhando na cachoeira
Molhando o pé no riacho
Se tem ponte eu vou por cima
Garrancheiro, eu vou por baixo
Companheiro pegue as coisas
Que eu vou pescar umas traíras
Vão afinando as violas
Que hoje a noite tem catira
Êh, rio de água mansa
Sobre teu leito descansa
Os meus olhos a vagar
Desce a serra serpenteia
Lá distante uma sereia
Te espera a cantar
Estrada de Catolés
Foi passagem de João Campo
A esse rio é um encanto
Menino faz a fogueira
Deixa acesa a noite inteira
Não deixa o fogo apagar
Por que a marvada da barbada
Pode vim nos visitar
E a pintada quando chega
Não vem para brincadeira
Menino toma juízo
Atiça o fogo da fogueira
E os gritos e as lendas
Ecoam entre as serras
Que cercam Arapiranga
O pai canta Durin Dandão
Durin Durin Dan Dão
Estrada nova Chico chama TunTun
Passa por cá, seu bicho
Passa por cá, seu bicho
Boa noite mulher...