Vou cantar esse pagode homenageando a viola
Instrumento delicado que quando chora consola
Eu comparo sua beleza a uma mulher faceira
Quem inventou a viola foi carpina de primeira
No valor de uma viola não há ouro e nem dinheiro
Viola é feito canário atiça seu companheiro
Por isso amarrei ela no mourão da cantoria
Sei que quando escurece é noite e quando clareia é dia
Suas formas femininas no coração da madeira
É uma beleza infinita o corpo da companheira
Agora me dão licença pra eu dar uma ponteadinha
Porque viola afinada não sabe tocar sozinha
O som da minha viola é como um rio sem ponte
A sua beleza é grande, é a cachoeira de uma fonte
Que deságua nos meus braços quando começa a chorar
Seu choro vem do ponteio quando começo a tocar
Quem quiser cantar comigo traga a sua violinha
Se estiver desafinada pode afinar pela minha
Viola, minha viola, o seu canto me fascina
Rainha do meu do destino, é você quem me domina