[ Featuring Nívea Sabino ]
Sobre os solos férteis da igualdade
Canto: Luiza da Iola/Carlos Linhares
Poema: Nívea Sabino
Ainda persiste o olhar
Que a mim difere
Que profundo fere
Que segregar prefere
Por questão de tom
De cor
De pele
Ainda persiste o olhar
Que a mim difere
Que profundo fere
Que segregar prefere
Por questão de tom
De cor
De pele
Poema: Nívea
Depois de escravizar
De pseudo-libertar e
Desqualificar
Do meu cabelo à minha crença
No meu orixá
Vejo surgir um cortejo
Feito Marujada que passa
Um canto
Um coro
Um real esforço
Para se reparar
O que não se repara
Reflexos de uma história
Que por nós
Enfim
Começa a ser contada
Refrão:
Ainda persiste o olhar
Que a mim difere
Que profundo fere
Que segregar prefere
Por questão de tom
De cor
De pele
Poema: Nívea
O negro resiste
No saciar da sede
Que mata na seiva
Das próprias raízes
Um fazer plantar
Fulô
Dignidade
Através da dança
Na luta
Germinadas ao suor
Que escorre da bruta labuta
Buscando
No seu penoso caminhar
Experimentar do sabor da fruta
Da polpa
Do paladar
Do direito pleno às oportunidades
Sobre os solos férteis da igualdade
Canto:
Ainda persiste o olhar
Que a mim difere
Que profundo fere
Que segregar prefere
Por questão de tom
De cor
De pele
Ainda persiste o olhar
Que a mim difere
Que profundo fere
Que segregar prefere
Por questão de tom
De cor
De pele