Meço a largura de qualquer buraco
Com aquilo que mais tenho à mão
Com o bico de quem do meu ombro não sai
Faço então as contas necessárias na asa do meu corvo
E peço uma última revisão
Aos olhos do melhor amigo do meu melhor amigo
Que por não abrir o bico
Só me confirma
Que em cada cova só se poisa uma cama e em cada uma só cai um robe
Que em cada cova só se poisa uma cama e em cada uma só cai um robe
E quem não cai
Há de cair de sono
Com as pantufas do seu defunto
Alfinetadas em cada olho
E em cada orelha e em cada dedo
E em cada narina e
Em cada poro do seu corpo
Traço então as horas mais nefastas
Vendo apenas um caminho
E tranco minha última previsão
À fome do melhor amigo do meu melhor amigo
Entregar-me-ei, enterrando-me com quem me pôs em terra
Mesmo que em cada cova só se poise uma cama e em cada uma só caia um robe
É que em cada cova só se poisa uma cama e em cada uma só cai um robe
É que em cada cova só se poisa uma cama e em cada uma só cai um robe
Mas se nela cai algum robe do meu andar