Ontem na rua você apareceu
Entre os desenhos de um muro
Seu nome na placa de um carro
No barro da poça de chuva no escuro
Se algo ainda restou por dizer
Diz porque eu já estou mudo
De tantas palavras vazias que já te escrevi
Mas não me atrevi a mandar porque sei
Que o que já foi quebrado no passado
Não se conserta dizendo que te amei errado
Ontem achei que te vi mas não sei
Não olhei mais de um segundo
Prefiro não ver nos seus olhos o frio da navalha de um ódio profundo
Mas se algum dia você me chamar
Mesmo de longe eu escuto
Aquelas palavras tardias
Que eu não quis ouvir e me arrependi devagar porque sei
Que me sentir culpado tão calado
Não torna certo o que fui quando estive ao seu lado