Quem foi criado igual eu fui criado
Num tempo em que bastava o fio do bigode
Dificilmente vai ser tirado
Por um "sem palavra", um "estraga-pagode"
Talvez eu até morra cansado...
Sozinho, isolado, feito um bom matuto...
Por acreditar no produto é que eu luto
Até pra não ser produto de subproduto...
Na pior das hipóteses vou de usufruto...
Nem sempre quem pôs a semente vê fruto...
Vou lembrar o malandro Cláudio Camunguelo:
Isso leva pinguelo atrás do cocoruto...
Isso faz flauteado em cabo de martelo
Isso é otário com sorte pagando de astuto...
Mas malandro é malandro não interessa o bang...
Visto a camisa, dou sangue quando acredito...
Só não curto essa porra desse bumerangue...
Esse não assumir, esse dito não dito...
No meio da fita abandona a irmandade
Quanto mais se explica, mais se contradiz
Se eu soubesse da fama iria sozinho
Trilhar meu caminho como sempre fiz...
Isso aí é uma fonte inesgotável
Olha eu aqui verborragicamente
Só não sei malandragem se é recomendável...
E o que esse bagulho vai fazer na mente!
Se preciso eu vou igual um viciado
Que curte o barato isoladamente
Pedindo a Deus pra não ser enquadrado
E se for que no estilo de antigamente
Num tempo onde a vida era bem mais maneira
E a conversa de um homem ainda tinha valor
Onde otário, pilantra, mané fim de feira
Jamais ousaria ao malandro se opor
Onde o bem vencia de qualquer maneira
E ladrão respeitava o trabalhador