Rosa dos Rumos (Rodolfo Boccia)
Como é perder um dia,
Um minuto, um trem...?
Como é perder na vida,
Um dia alguém...?
Por que tem que vir assim?
E de novo,
De novo, de novo, de novo...
Pior parece quando vem.
Ou será só por não lembrar da última vez?
Mas se tem céu azul
Nuvens lilás, até;
Ter leste, oeste, um norte e um sul,
Normal na vida é.
Mas se tem céu assim,
Azul e lilás, até;
Ter leste, oeste, a morte e um fim,
Normal pra mim não é. Não...
Como é perder um dia,
Um minuto, um trem...?
Como é perder na vida,
Um dia alguém...?
Desde que nasci
Ou, antes da concepção,
Por quase nada enlouqueci
Só por esmagarem o coração
E dessas coisas, quem já sentiu,
Muito normal não há de ser
Pois se não é o azul anil
Um céu nem ia de ter
O que começa tem um fim?
Nem tudo não
As coisas vêm...
As coisas vão...
Momentos são assim
Vêm e vão
Depois voltam
Às vezes não...
Não...
Como é perder um dia,
Um minuto, um trem...?
Como é perder na vida,
Um dia alguém...?