Ontem senzala, hoje balas, joelhos nos calam a fala
Somos muitos, somos iguais, diferentes, gente
Nos jogam, nos julgam, expurgam, latente no peito bate coração de gente
Marchando, cantando e seguindo a canção
Do alto nos olham pensando porão, camburão,
Cabeça virada com rosto no chão, já basta!
Queremos o que é de direito, viver sem temer, fardas, palanques ou canhões
Meu sangue é vermelho, a cor não!
O que nos move é respeito, paz, direito e união
O negro é potente, é gente da gente, só quer respirar
Tirai as vendas de vossos olhos, livrai-vos dos tampões de vossos ouvidos
E destruam o ódio de vossos corações porque meu mundo é de cor
Meu povo é de cor e o lugar que almejo é colorido, na igualdade e de muito valor