Navegando no astral
Mergulho em seus olhos, me orgulho em meu mal
Nunca to sóbrio, tequila juntando sal
Vejo a Vênus de Milo me dando tchau
Flores nascem no asfalto preto
Onde manos morrem após um assalto feito
Que os dias cinzas morram em cinzas
O temporal não se cala em seus olhos negros, hã
Sua boca em meu mamilo
Corpos à queima roupa e eu atiro
Na cabine, fumando aquilo
Na esquina, vendendo discos a kilo
Faz a tua fita, que sirva a você e ouse
A rua grita, desliga a tv e ouve
Me defendi do mundo
Hoje vou quebrar tudo antes dos 49 do segundo
999
O silêncio serve como corda
Ou te resgata, ou te enforca
Viver intensamente, fight club
Fodendo tudo como num night pub
Sonhar é caro, passo em débito
Quem precisa de limite é cartão de crédito
Mato o tédio / Dias melhores me vêem quando
Faço sinal de fumaça de cima do prédio
Teu patrão te cobrando das 9 às 9
Lembro do meu mano de 99
Que caiu na Argentina fugindo disso
Carregando 9 kg e mais uma 9
A mais de 99 km em um milésimo
Se amor é caro, a gente faz empréstimo
E logo pra vida: algum ritmo
Pra conta: algoritmos
E fogos de artifícios em nossos artifícios
E pra rotina não matar, mato ela
O tempo passa e ninguém percebe
Ninguém vê nada, só quando ele atropela
Todo o tempo há de sumir
Todo o resto vai desunir
A morte tá viva e tá aqui de mãos dadas
E é a vida junto dela