Ai que saudade daquela vida do campo
Do meu recanto onde nasci e me criei
Ouvindo os pássaros em festa no quintal
E a mata verde com as rosas que plantei
Meu velho Pai bem cedinho na varanda
Café quentinho e um bom queijinho curado
Biscoitos fritos feito em fogão à lenha
Faz recordar momentos do nosso passado
Pra mamãezinha ali não faltava nada
Via a alegria estampada em seu rosto
Paz e amor pleno no seu dia a dia
Mas tinha um sonho de ver seu filho doutor
Numa tardinha me levaram até a cidade
Fiquei chorando vendo tudo se perder
Fiz meus estudos, meus pais com dificuldade
Fizeram tudo pra ver seu filho vencer
Hoje velhinhos com cabelo branqueados
Eu vi o peso da velhice em seus rostos
Mas não perderam a vontade de viver
Nasceram pra serem verdadeiros caboclos
Hoje eu volto já formado em faculdade
Eu sou doutor, mas tenho sangue de peão
Não adianta por dinheiro ou vaidade
Se é lá na roça que esta meu coração
E agora volto e encontro tudo bem cuidado
Um celeiro restaurado, a varanda de papai
A minha cela o meu laço e meu chapéu
Meu berrante cor de mel ali no canto encostado
E La no mato meu cavalo Alazão
Vem relinchando no pasto batendo os cascos no chão
Eu abracei meu amigo e companheiro o meu cachorro campeiro
Os meus pais e meus irmãos.