[ Featuring Victor Amorim ]
Agora escrevo esta carta para relatar a minha solidão
Saudade rasga o meu peito só de ouvir no rádio aquela canção
Lembro da casinha escura, na beira da cerca à luz do lampião
Dos amigos deixados pra trás na minha antiga vida de peão
Lembro da cidadezinha, da venda pequena daquela senhora
E do banco da praça que sentado jurei nunca ir embora
Mas o que fere os meus sonhos são as lembranças do meu amor
Que apenas deixou comigo seu retrato e uma pequena flor
Ai, que bom seria
Ver o riachinho de água rasa cortando os caminhos no meu dia
Ai, coração chora
Só de lembrar que deixei no sertão minha casa, amor e a minha viola
Deitado em minha cama vejo as horas passarem lentamente
Estou contado os dias pra voltar pra minha cidade e pra minha gente
Essa cidade é turismo para um simples peão de boiadeiro
Que tocava sua viola embaixo da árvore o dia inteiro
Ai, que bom seria
Ver o riachinho de água rasa cortando os caminhos no meu dia
Ai, coração chora
Só de lembrar que deixei no sertão minha casa, amor e a minha viola