[ Featuring Brunno Rodrigues ]
Por onde passei
Nunca esqueci
Conversas jogadas me fez refletir
Pensei que ia ser melhor
Só que eu cai
Foi tudo miragem
E eu acordei
E tudo que eu sonhei pra mim
Más escolhas não me fizeram persistir
Me enganei, superar não está sendo fácil
E eu não sei se é saudade ou se é medo do que vem por aí
Pois sei que tudo volta e eu ainda estou aqui
Solidão não ajuda esquecer
Seus planos, segredos guardados sem efeito
Não calculei nem planejei os danos
Enganos tive de monte
Bebendo da fonte da fantasia, estagnamos
Gosto amargo na garganta é real
Doce lembrança banal
Nesse vazio onde nos encontramos
Onde habito, o escuro
Nada parece seguro
O futuro inexistente
A incerteza me distrai
O irreal que retrai meus avanços
Me lanço em uma viagem
E não encontro margem pra voltar atrás
A gente só ia dar uma olhada e voltar. Esse era o plano. Foi depois do trabalho. Nesse sonho a gente entrou numa rua. A rua que a gente vai morar. Muita gente na calçada. Um sol. O sábado cheio de luz. Na padaria pedimos uma cerveja. Dividimos uma mesa, uma conversa sobre o dia, os olhares. Do nosso lado uns amigos rachando um PF; uma mãe e um filho esperando pelo almoço. Do outro lado da rua, uns moleques acompanhando o funk, uma família na calçada, o dono da quitanda batendo no caixa. E porque, na rua, cruzou um bloco, ela perguntou, o que você acha que eles tão fazendo? Eram pessoas, cantos, gritos, tambores.... Uma bandeira de São Jorge hasteada no céu. Você acha que eles estão mandando um sinal? Lá na frente, no final da rua, mora o dragão. E o que a gente, que foi só pra olhar, não sabia, é que não tinha volta. Nunca tem. Essa rua é a nossa casa e nela nós moramos. A rua virou miragem. O que era miragem virou mira. E o que era nós, virou ação