De perfeita genética,
Imperfeita poética.
Epiderme biônica,
Confusão Estética
Meu sangue corre ao contrário,
Os meus vasos são de plástico.
O corpo cibernético.
Cérebro androgênico
Mas por baixo da pele,
Que segredos eu guardo?
Dentro do meu tronco,
Que voz eu disfarço?
Num coma farmacêutico,
Passo minhas horas.
Em estado de alerta
Histeria disfórica
Esses braços,
Esses ombros,
Essa pele,
Não é minha
Esses olhos,
Esses pelos,
Essa voz,
Não é minha.
A minha carne, ela é hormonizada
A minha voz cada vez mais
Silenciada
Só porque eu sou
Androgênia